quarta-feira, 16 de julho de 2008

Repositórios e Ciência Aberta em Barcelona














De novo em Barcelona, uma das minhas cidades favoritas, e onde tenho tido a oportunidade de me deslocar, por motivos profissionais, com alguma regularidade nos últimos três anos. Aliás, em 2007 aproveitei uma dessas deslocações profissionais para fazer um fim de semana de lazer, devidamente registado.

Mais uma vez (tal como já tinha acontecido em 2007 com as palestras na Universitat Pompeu Fabra e o curso para o Consorci de Biblioteques Universitàries de Catalunya) o motivo para a deslocação foi duplo: um novo curso para o CBUC e a participação no Workshop da Science Commons sobre Policy and Technology for e-Science, um evento satélite do ESOF2008 (EuroScience Open Forum, em cuja edição de 2006 em Munique também participei).

O curso para o CBUC, intitulado "Desarrollando repositorios institucionales exitosos", foi uma actualização e complemento ao curso do ano passado, com maior duração, intitulado "Los repositorios institucionales al servicio de las universidades y del acceso abierto". Tal como no ano passado, julgo que o curso correu muito bem, apesar do idioma da formação ter sido o "portunhol" (que confeso dominar com cada vez maior à vontade...). Os organizadores colocaram algumas fotos na Web, como esta que incluo aqui.


Quanto ao Workshop da Science Commons, ele foi também muito interessante. O evento, cujo grande dinamizador e organizador foi o Ignasi Labastida, iniciou-se ao final da tarde do dia 15, com um keynote por James Boyle (da Duke Law School, Chairman of the Board of Directors of Creative Commons, Founder of Science Commons) que fez uma excelente apresentação sobre a questão da ciência aberta, usando como exemplo em boa parte da sua intervenção, o paralelismo que parece exisitir entre a situação actual da Open Science, e a que se vivia no domínio das redes de computadores em 1992 e demonstrou como os receios, temores e argumentos contra uma rede aberta e sem controlo no início dos anos 90, são semelhantes aos que hoje se opõem à ciencia aberta.

Hoje foi o dia principal do worskhop, onde fiz também uma breve apresentação. O programa foi muito cheio, mas globalmente interessante. Ficou claro que o Open Access é uma componente fundamental da Open Science, e neste momento é a componente mais avançada e prometedora. Aliás, a sessão final foi sobre as lições do Open Access para a Open Science.

Por isso é importante que, do lado dos activistas da Open Science, se continue a respeitar e a perceber as dinâmicas e estratégias específicas do Open Access, que em alguns casos parecerão limitadas e quase "conservadoras".

Mas é também importante que os activistas do Open Access, percebam que a questão do acesso à literatura científica é apenas uma parte (muito importante) de um problema mais geral do funcionamento da ciência na sociedade moderna, e que é necessário, sem perder o foco (condição para o sucesso) nas publicações científicas, começar a dar também alguma atenção e a experimentar com a questão do acesso aos dados científicos e outros aspectos da desejável futura ciência aberta.

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