Uma das minhas principais “missões” aqui era chamar a atenção da comunidade
DSpace (e em especial os dirigentes da Fundação DSpace e os commiters) para a necessidade de o tornar compliant com as
Directrizes DRIVER. Das várias conversas pessoais que já tive, estou esperançado que esse objectivo tenha sido alcançado, e que a versão 1.6 seja já quase integralmente
DRIVER compliant, e que a versão 2.0 o seja mesmo integralmente. Vou ainda falar publicamente desta questão numa das últimas sessões do User Group Meeting.
Para além deste aspecto principal, o que me pareceu mais significativo, ou pelo menos o que me chamou mais a atenção foi a agitação no mundo das plataformas de repositórios com a fusão das organizações do
DSpace de do
Fedora, numa nova organização chamada
DURASPACE e com a entrada da Microsoft nesta área com a oferta da plataforma
Zentity.
Quanto à fusão das organizações do DSpace e do Fedora, na organização
DURASPACE, foi anunciado que as duas plataformas se manterão independentes no futuro próximo (ou seja existirá um DSpace 2.0, como estava previsto), mas obviamente que o desenvolvimento das duas plataformas convergirá, tentando criar sinergias e módulos/funcionalidades comuns. A criação do DURASPACE não parece ter gerado uma onda de euforia entre as duas comunidades…
Temo que possa crescer a tensão, que já existia no interior da comunidade DSpace, entre quem faz desenvolvimento e/ou investigação, que muitas vezes foca nos aspectos técnicos, experimentais ou na antecipação de necessidades futuras, e quem gere repositórios “reais”, que necessita de ter um sistema que seja fácil de instalar, configurar e manter, e que responda às necessidades de hoje dos utentes dos repositórios.
Um pequeno aspecto que pode ilustrar esta questão: A sessão inicial sobre o DURASPACE juntou as duas comunidades (DSpace e Fedora) presentes na conferência. Quando a sessão terminou, a reunião dos utilizadores do Fedora decorreu noutra sala e a do DSpace continuou na mesma. Na reunião do DSpace ficaram menos de 100 pessoas. Sairam da sala mais de 100! O número de repositórios das duas plataformas registados hoje no
OpenDOAR é 15 Fedora e 411 DSpace. No
ROAR é 17 Fedora (incluindo Fez/Fedora) e 416 DSpace. Como
escrevi no Twitter nesse momento, existem mais utilizadores e “developers” do Fedora do que repositórios!
Quanto à plataforma da Microsoft, Zentity, é mais um resultado do trabalho de Tony Hey (com ajuda do Lee Dirks e do Alex Wade com os quais me encontrei em quatro eventos em pouo mais de um ano) na External Research da Microsoft. E é um passo relevante e muito significativo, que se junta ao Article Authoring Add-in for Word 2007 já anteriormente revelado. É seguro que estas ferramentas serão disponibilizadas gratuitamente e durante a conferência foi anunciado que provavelmente serão também Open Source e que a Microsoft tentará dinamizar uma comunidade e utilizadores e developers em torno delas. Se conseguir isso, Tony Hey colocará a Microsft do lado dos anjos no mundo da comunicação científica.
Enquanto isto, o
Eprints continua a demonstrar ser uma plataforma muito bem orientada e adaptada às necessidades dos repositórios de hoje, mas com a capacidade de olhar para o futuro. O trabalho que já fizeram no domínio do armazenamento híbrido (local, remoto, na Cloud ) é mais uma prova disto mesmo.
Mais duas notas finais. A primeira sobre o Twitter que foi massivamente utilizado (ao contrário do que se passou no ano passado).
A segunda para anunciar que, previsivelmente (pois ainda não é certo), a Open Repositories 2010 vai realizar-se bem próximo de Portugal… Portanto haverá oportunidade para a participação de mais portuguses…..