quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Tudo a postos para 4ª Conferência sobre o Acesso Livre ao Conhecimento


Vai começar dentro de algumas horas a 4ª Conferência sobre o Acesso Livre ao Conhecimento. As últimas semanas foram uma pequena maratona, para que tudo fosse tratado e preparado.

Apesar de vários sobressaltos e problemas inesperados (como sempre acontece nestas ocasiões), estamos prontos para receber as cerca de 170 pessoas que a partir de amanhã estarão connosco. Estou confiante que a 4ª Conferência Open Access será de novo um sucesso, como as anteriores.

Se não é uma das 170 pessoas que estarão no campus de Gualtar amanhã e sexta-feira pode acompanhar remotamente o que lá se vai passar. Para quem estiver interessado nesta participação à distância aconselho duas vias:
  1. Seguir a emissão em directo (Webcast) da conferência a partir deste endereço;
  2. Seguir a hasthag #ConfOA09 que será usada pelos participantes para twittar da/sobre a conferência
Durante o dia de amanhã serão ainda divulgadas mais informações sobre o decorrer da conferência.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O SABER de Moçambique


Foi hoje apresentado o primeiro repositório moçambicano, “baptizado” como SABER.

Era uma notícia que já esperava, pois já me tinham informado há semanas da data do lançamento, e que me enche de alegria, e uma pontinha de orgulho.

Alegria porque este é mais um pequeno passo na afirmação do Acesso Livre e dos repositórios institucionais. Um pequeno passo mas com grande significado, pois o SABER não é apenas mais um dos muitos repositórios criados este ano, mas é também o primeiro repositório em Moçambique e o primeiro repositório lusófono em África.

De orgulho, por termos dado (eu, e a equipa da Universidade do Minho que comigo trabalha no domínio do Open Access) um pequeno contributo para o nascimento deste repositório,que começou a "germinar" no ano passado, aquando da minha estadia em Moçambique.

Mas os grandes obreiros desta realização são os colegas moçambicanos, que com o seu trabalho, empenho e persistência conseguiram ultrapassar todos os pequenos e grandes obstáculos (que são certamente maiores e mais numerosos em Moçambique, do que em outras latitudes onde os recursos são menos escassos...) e concretizar o seu sonho. A Aissa, o Manuel, o Anselmo e a Denise estão de parabéns por esta "conquista".

Moçambique passou a dispor de mais um instrumento para promover a disseminação e acessibilidade, à escala mundial, do conhecimento gerado nas suas universidades e, last but not least, coloca-lo ao serviço do desenvolvimento da sociedade moçambicana.

A abertura do SABER em Moçambique é pois uma excelente notícia, que se soma a outras que temos recebido do mundo lusófono nas últimas semanas (espero escrever sobre isso proximamente). É pena que Angola, no que diz respeito ao Open Access e aos repositórios, continue um gigante adormecido...

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

COAR - Confederation of Open Access Repositories


Participei hoje de manhã, em Gent, na constituição de uma nova organização para a promoção do Open Access: COAR- Confederation of Open Access Repositories.

A COAR, que é um dos resultados do projecto DRIVER, foi fundada por 28 organizações muito representativas e activas no domínio do Open Access, desde universidades europeias, até à Academia de Ciências da China ou a Federação de Repositórios Digitais do Japão, passando pelo JISC do Reino Unido, a CARL do Canadá, ou a SPARC Europe.

Entre os membros fundadores contam-se também a Universidade do Minho, e a FCCN, organizações que representei na assembleia constitutiva, e por quem tive a honra de assinar a constituição da COAR.

A Confederation of Open Access Repositories acabou de nascer, e necessita de se afirmar rapidamente, atraindo mais membros e fortalecendo a sua voz no seio da comunidade e junto das autoridades políticas e outros "actores" no domínio da ciência. Certamente irei escrever mais vezes sobre a COAR neste blogue.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Campanha de divulgação do RCAAP

Está a decorrer, desde o dia 14 de Setembro, uma campanha de divulgação do projecto Repositório Científico de Acesso Aberto, e em particular do seu portal de pesquisa. A iniciativa, prevista no plano de trabalho para este ano, é indispensável para dar maior visibilidade ao projecto, contribuindo também para a afirmação e consolidação não apenas do RCAAP, mas de todos os repositórios portugueses que lhe estão associados. Esta campanha serve também para divulgar o vasto trabalho, muitas vezes silencioso e invisível, que a equipa do projecto realizou ao longo do ano.

A campanha compreende três tipos de iniciativas e acções: a distribuição de vários materiais de divulgação e merchandising (cartazes, folhetos, tapetes de rato, canetas), a realização de diversas iniciativas nas instituições participantes, e uma campanha na Web, que será o ponto central de toda a estratégia.

A campanha na Web, para além de outras iniciativas como a criação de vídeos, e a promoção da visibilidade do RCAAP e dos repositórios nacionais nos directórios e motores de pesquisa, terá uma forte componente de utilização de ferramentas Web 2.0, mas contará também com um banner no Ciência Hoje. Nesse sentido, foi já criado um blog do RCAAP, uma conta no Facebook, e uma conta no Twitter, que irão ser dinamizados por todos os participantes.

Faremos um primeiro balanço dos resultados desta campanha de divulgação durante a conferência Open Access, em Novembro.


segunda-feira, 14 de setembro de 2009

4ª Conferência Open Access - 26 e 27 de Novembro


Ainda não tem site disponível (o que deve acontecer na próxima semana), mas já tem data marcada, que podem registar nas vossas agendas.

A 4ª Conferência sobre o Acesso Livre ao Conhecimento vai decorrer nos próximos dias 26 e 27 de Novembro, na Universidade do Minho.

Espero (re)encontrar lá muitos dos leitores deste blog. Até Novembro, no sítio do costume!

domingo, 13 de setembro de 2009

Kit de Políticas Open Access


No âmbito do projecto RCAAP foi produzido o Kit de Políticas Open Access um documento que reúne um conjunto de informações e recursos para a formulação e implementação de políticas de Open Access nas instituições de investigação (em particular universidades) e entidades financiadoras.

Para além de informação geral, o Kit de Políticas Open Access inclui modelos de políticas, planos de implementação, e fontes de informação adicional.

Baseado na análise e adaptação de um conjunto de exemplos e boas práticas nacionais e internacionais, o Kit de Políticas Open Access foi concluído no final de Junho, mas só recentemente começou a ser efectivamente divulgado.

O texto integral do Kit pode ser acedido aqui no site do projecto RCAAP.

OPEN ACCESS IN PORTUGAL - Estudo sobre o OA produzido pelo RCAAP

















Depois de mais de um mês ausente deste espaço, vou hoje confirmar a velha máxima "não há fome que não dê em fartura", realizando vários posts.

Os primeiros serão para divulgar trabalho realizado no âmbito do RCAAP e terminado em final de Junho, mas que ainda não foi amplamente divulgado. É o caso do estudo "Open Access in Portugal: A state of the art report".

O relatório descreve a situação actual (Junho de 2009) do Open Access em Portugal, e apresenta um panorama completo sobre as iniciativas nacionais relacionadas com o OA. O documento é um dos executáveis do projecto RCAAP mas está também relacionado com a iniciativa SELL (Southern European Libraries Link), que pretende avaliar a situação do Open Access nos países do sul da Europa e posteriormente implementar um conjunto de acções nos países SELL (Portugal, Espanha, França, Itália, Grécia e Turquia) para promover o Acesso Livre à informação científica. Aliás isso explica o facto do relatório ter sido redigido em inglês.

O texto completo do estudo pode ser obtido aqui no site do projecto RCAAP.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O Cibertecário vai de férias!


Regresso na segunda quinzena de Agosto. BOAS FÉRIAS

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Nova edição do Ranking Web of World Universities


Foi anteontem divulgada a edição de Julho do Ranking Web of World Universities. Esta edição trouxe várias novidades, porque o Cybermetrics Lab do CSIC (que produz o ranking) introduziu alterações no seu cálculo, no sentido de premiar os "conteúdos abertos" na Web e diminuir o "desvio" provocado pelos motores de pesquisa (Google) a favor dos Estados Unidos.

Assim, vários países (na Ásia, na América Latina e na Europa) viram aumentar o número de Universidades no Top 500 do Ranking. Esse foi também o caso de Portugal.

Ainda não tive oportunidade de analisar detalhadamente os dados desta edição, com os da anterior (mas já guardei os ficheiros Excel para o fazer), mas se não estiver a confundir o meu desejo com a realidade, parece-me existirem indícios de um "efeito RCAAP". De facto, regista-se a subida de todas as universidades portuguesas, mas essa subida é mais acentuada nas universidades que têm repositórios maiores e/ou que progrediram mais depressa (em bom rigor, a maior subida é a da Universidade Católica, que passou da posição 1300 para 490, mas por razões que nada têm a ver com repositórios, e que seria aliás interessante apurar...).

O caso paradigmático é o da Universidade do Porto que progrediu 122 lugares, e que também subiu significativamente no critério "Scholar", cujo repositório passou de menos de 1000 documentos em 2008 antes do RCAAP, para 7222 em 2009.

A Universidade do Minho, progrediu 33 lugares face a Janeiro, ocupando agora a posição 267 a nível mundial, a posição 100 a nível europeu, e a 2ª posição a nível nacional.

Qaunto ao RepositóriUM, que tem continuado a crescer, também subiu no Ranking de Repositórios que foi divulgado alguns dias antes. O RepositóriUM ocupa agora a posição 25 no Ranking de todos os Repositórios e a posição 16 no Ranking dos Repositórios Institucionais.

Mais uma boa notícia antes de férias!

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Certificação de qualidade das bibliotecas da U.M.

Terminou, com a realização ontem e hoje da auditoria externa de concessão, o processo inicial de certificação da qualidade ISO 9001:2008 dos Serviços de Documentação e das principais bibliotecas da Universidade do Minho.

Esta foi uma das razões (juntamente com curso FORGEP, de formação de dirigentes da administração pública) pelas quais estive mais de um mês sem escrever neste blog.


Foi um processo muito trabalhoso, mas onde também aprendemos muito! E felizmente terminou bem, pois a entidade auditora não registou qualquer não-conformidade, o que significa que seremos certificados.


Toda a equipa dos Serviços de Documentação da Universidade do Minho, que com o seu trabalho e dedicação garantiu este resultado, está de parabéns!


Eu, estou-lhes grato, cansado e feliz!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

10º Congresso da BAD - Mais informação e um apelo!


Esta semana para além do logotipo e a imagem do 10º Congresso Nacional, que decorrerá em Guimarães, em Abril de 2010, a BAD divulgou, através da informação nº 5, os subtemas do Congresso.

Dentro do tema geral "Políticas de informação na sociedade em rede", foram definidos cinco subtemas: “Informação e Sociedade:
  • "Identidade, Cidadania, Coesão Económica e Social”
  • “Políticas e Enquadramento Legal: Interesse Público, Direitos Individuais”
  • "Infraestruturas: Integração, Desenvolvimento, Coordenação"
  • "Conteúdos: Gestão, Acessibilidade, Utilização" “Competências: Literacia da Informação, Formação de Especialistas"

Muito brevemente serão divulgados os textos de apresentação e chamada de trabalhos para os subtemas (terminei ontem, com atraso, o meu contributo para a redacção de um deles), e espero que durante o Verão se estabeleçam novos mecanismos e ferramentas de comunicação entre a BAD e os profissionais de informação portugueses em torno do 10º Congresso.

Mecanismos e ferramentas que divulguem e dinamizem o debate e a comunicação antes do congresso, que difundam os trabalhos do congresso durante a sua realização para além dos muros onde ele decorre, e que contribuam para manter vivo o que lá se passar, depois da sua conclusão.


E como membro da Comissão Científica (que vai reunir este sábado) apelo aos leitores deste blog para apresentarem ideias e sugestões (e também para manifestar a sua disponibilidade para colaborar) sobre esta matéria: como podemos dinamizar o 10º Congresso junto de todos os profissionais portugueses (e para além destes, os colegas dos países lusófonos)? Como fazer do Congreso número 10, o primeiro congresso 2.0?

Espero os vossos comentários, a este post!


P.S. - Entretanto, uma "cimeira" twitteriana entre o rato de biblioteca (que teve a iniciativa) e o cibertecário 0.2, decidiu propor a hashtag #10BAD para se twittar sobre o congresso.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Um OÁSIS para o Acesso Livre


Foi hoje apresentado oficialmente, durante a 13th International Conference on Electronic Publishing (ELPUB2009) em Milão, aquele que na minha opinião é o melhor recurso (no sentido de ser a primeira escolha) sobre o Open Access.



Trata-se do Open Access Scholarly Information Sourcebook (OASIS), cujos mentores são dois dos mais importantes activistas do movimento de Acesso Livre à literatura científica: Alma Swan e Leslie Chan.


O objectivo do OASIS é constutuir uma fonte de informação de referência e autoridade sobre o conceito, princípios, vantagens e meios para atingir o Open Access, realçando os desenvolvimentos e iniciativas que ocorrem em todo o mundo e fornecendo ligações para recursos adicionais.

Como referem os seus criadores, o OASIS pretende também contribuir para construir uma comunidade em torno do Open Access e, por isso, os utilizadores são encorajados a descarregar e partilhar os recursos que o site fornece, modificá-los e costumizá-los para uso local.

Recomendo portanto a todos os leitores deste blog que matem a sua sede de informação e conhecimentos, teóricos e práticos, sobre o Open Access neste verdadeiro OASIS.

Foi também divulgado um vídeo de apresentação do OASIS que aqui incluo:




quarta-feira, 10 de junho de 2009

Novo estudo sobre as vantagens económicas do Open Access















Desta vez foi na Holanda! A SURFfoundation acaba de anunciar o estudo "
Costs and Benefits of Research Communication: The Dutch Situation", que confirma as vantagens do Open Access (OA), que em português designamos Acesso Livre à literatura científica.

Trata-se de um follow-up do estudo australiano "Research Communication Costs, Emerging Opportunities and Benefits" e do estudo sobre o Reino Unido patrocionado pelo JISC "Economic Implications of Alternative Scholarly Publishing Models" (de que demos conta aqui, aquando da sua publicação em Janeiro). Tal como os anteriores, este estudo foi dirigido pelo Professor John Houghton do Centre of Strategic Economic Studies Victoria University, desta vez com a colaboração de Jos de Jonge e Marcia van Oploo da EIM Business & Policy Research na Holanda.

Foram novamente comparados 3 modelos: o modelo "tradicional" de assinatura/pagamento para acesso; a publicação em revistas Open Access (a designada via dourada); o auto-arquivo em repositórios OA (a designada via verde).


Ainda só tive oportunidade de ler o resumo, e olhar para os gráficos e tabelas do relatório completo, mas é claro que este estudo confirma as conclusões do realizado para o Reino Unido: apesar de existirem variações na dimensão da vantagem, seja qual for o modelo usado, e o âmbito da sua aplicação (à escala mundial, ou nacional) o acesso livre à literatura científica (Open Access) permite poupar recursos e tem vantagens económicas face ao modelo actual de assinatura (ou outra forma de pagamento no momento do consumo).


Os autores calcularam que em 2007 na Holanda o custo de cada artigo publicado no modelo actual foi de 17.046€ e que ele poderia ser de 15.857€ com publicação em OA ou 15.331€ com o auto-arquivo em OA (incluindo serviços de publicação e margens comerciais). Se à redução de custos para as instituições (universidades e outras) que simultaneamente produzem e consomem literatura científica, somarmos as potenciais vantagens, para o sector de investigação, mas também para as empresas privadas e a economia em geral, do acesso a essa literatura por quem dela possa necessitar, as vantagens do Open Access são indesmentíveis.

Em Janeiro de 2009, no final do meu post sobre o estudo do JISC escrevi:

"As conclusões do estudo reforçam a demonstração de que o Open Access não é uma questão "ideológica" ou de "má-vontade" contra o negócio privado da publicação científica (existirão certamente novas oportunidades de negócio no ambiente de Open Access). É uma exigência de racionalidade e eficiência no funcionamento de um componente central do sistema científico.

Defender a manutenção do modelo de publicação tradicional (em nome da defesa das empresas que dominam este mercado e do emprego das pessoas que nelas trabalham) faz hoje tanto sentido como defender a manutenção dos níveis de consumo de combustíveis dos veículos produzidos nos EUA, em nome da salvação dessa indústria, quando toda a racionalidade económica (e ambiental) aponta para a conveniência da sua redução.

O problema é que, até agora, tal como a indústria automóvel dos EUA, também a indústria da publicação cientifica (seguramente com muito lobying, como já reportamos aqui) tem conseguido adiar e atrasar a adopção das soluções que são há muito possíveis e desejáveis."


A diferença hoje é que a indústria automóvel americana já foi obrigada a começar a mudar (ainda que de forma lenta e limitada) e começar a produzir carros menos consumidores e menos poluentes, enquanto o sistema de comunicação científica continua agarrado aos velhos paradigmas.

E a culpa não é apenas daqueles (editoras comerciais) que estão interessados no actual status quo. A responsabilidade é cada vez mais da inércia e/ou falta de lucidez e visão daqueles (investigadores, universidades, organismos financiadores da ciência) que são os primeiros interessados na mudança do modelo actual.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Mais informações sobre o 10º Congresso de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas


A Comissão Organizadora (que tenho o prazer de integrar) do 10º CONGRESSO NACIONAL DE BIBLIOTECÁRIOS, ARQUIVISTAS E DOCUMENTALISTAS (Guimarães, 7 a 9 de Abril de 2010), divulgou recentemente esta informação:

Informa-se que o 10º Congresso Nacional da BAD se subordinará ao seguinte tema: "Políticas da Informação na Sociedade em Rede".

A apresentação de propostas de comunicações, posters e painéis deverá ser feita de acordo com as seguintes regras:
a) Comunicações - resumo de 1000 a 1500 palavras;
b) Posters - resumo de 500 a 750 palavras;
c) Painéis – cada proposta deverá incluir: titulo, texto descritivo sobre os objectivos do painel, a problemática subjacente, comunidade profissional envolvida, moderador e, no máximo, 4 membros do painel.

Os prazos para apresentação de propostas, notificação da sua aceitação e entrega do texto completo são as seguintes:
a) Apresentação de propostas – 21 de Setembro de 2009;
b) Notificação aos autores da aceitação de propostas – 2 de Novembro de 2009;
c) Entrega do texto completo – 8 de Fevereiro de 2010

A linha gráfica (logótipo e suas aplicações) e do Congresso está também já definida, e será divulgada oportunamente (apesar de já a conhecer, só a utilizarei nos posts sobre o congresso após a sua divulgação oficial! "Stay tunned..."

terça-feira, 19 de maio de 2009

Open Repositories 09


Estou a particpar pela segunda vez na conferência Open Repositories. A OR09 realiza-se desta vem, em Atlanta, no Georgia Institute of Technology.

Tal como no ano passado, a conferência tem sido interessante, com uma comunidade diversa, mas o número de participantes é mais reduzido (cerca de 250 este ano, contra os mais de 400 no ano passado) e globalmente o programa é menos rico e com um pouco menos de qualidade que no ano passado.

Uma das minhas principais “missões” aqui era chamar a atenção da comunidade DSpace (e em especial os dirigentes da Fundação DSpace e os commiters) para a necessidade de o tornar compliant com as Directrizes DRIVER. Das várias conversas pessoais que já tive, estou esperançado que esse objectivo tenha sido alcançado, e que a versão 1.6 seja já quase integralmente DRIVER compliant, e que a versão 2.0 o seja mesmo integralmente. Vou ainda falar publicamente desta questão numa das últimas sessões do User Group Meeting.

Para além deste aspecto principal, o que me pareceu mais significativo, ou pelo menos o que me chamou mais a atenção foi a agitação no mundo das plataformas de repositórios com a fusão das organizações do DSpace de do Fedora, numa nova organização chamada DURASPACE e com a entrada da Microsoft nesta área com a oferta da plataforma Zentity.

Quanto à fusão das organizações do DSpace e do Fedora, na organização DURASPACE, foi anunciado que as duas plataformas se manterão independentes no futuro próximo (ou seja existirá um DSpace 2.0, como estava previsto), mas obviamente que o desenvolvimento das duas plataformas convergirá, tentando criar sinergias e módulos/funcionalidades comuns. A criação do DURASPACE não parece ter gerado uma onda de euforia entre as duas comunidades…

Temo que possa crescer a tensão, que já existia no interior da comunidade DSpace, entre quem faz desenvolvimento e/ou investigação, que muitas vezes foca nos aspectos técnicos, experimentais ou na antecipação de necessidades futuras, e quem gere repositórios “reais”, que necessita de ter um sistema que seja fácil de instalar, configurar e manter, e que responda às necessidades de hoje dos utentes dos repositórios.

Um pequeno aspecto que pode ilustrar esta questão: A sessão inicial sobre o DURASPACE juntou as duas comunidades (DSpace e Fedora) presentes na conferência. Quando a sessão terminou, a reunião dos utilizadores do Fedora decorreu noutra sala e a do DSpace continuou na mesma. Na reunião do DSpace ficaram menos de 100 pessoas. Sairam da sala mais de 100! O número de repositórios das duas plataformas registados hoje no OpenDOAR é 15 Fedora e 411 DSpace. No ROAR é 17 Fedora (incluindo Fez/Fedora) e 416 DSpace. Como escrevi no Twitter nesse momento, existem mais utilizadores e “developers” do Fedora do que repositórios!

Quanto à plataforma da Microsoft, Zentity, é mais um resultado do trabalho de Tony Hey (com ajuda do Lee Dirks e do Alex Wade com os quais me encontrei em quatro eventos em pouo mais de um ano) na External Research da Microsoft. E é um passo relevante e muito significativo, que se junta ao Article Authoring Add-in for Word 2007 já anteriormente revelado. É seguro que estas ferramentas serão disponibilizadas gratuitamente e durante a conferência foi anunciado que provavelmente serão também Open Source e que a Microsoft tentará dinamizar uma comunidade e utilizadores e developers em torno delas. Se conseguir isso, Tony Hey colocará a Microsft do lado dos anjos no mundo da comunicação científica.

Enquanto isto, o Eprints continua a demonstrar ser uma plataforma muito bem orientada e adaptada às necessidades dos repositórios de hoje, mas com a capacidade de olhar para o futuro. O trabalho que já fizeram no domínio do armazenamento híbrido (local, remoto, na Cloud ) é mais uma prova disto mesmo.

Mais duas notas finais. A primeira sobre o Twitter que foi massivamente utilizado (ao contrário do que se passou no ano passado).

A segunda para anunciar que, previsivelmente (pois ainda não é certo), a Open Repositories 2010 vai realizar-se bem próximo de Portugal… Portanto haverá oportunidade para a participação de mais portuguses…..

domingo, 26 de abril de 2009

Portal RCAAP ultrapassa os 20.000 documentos (e outras novidades...)

O portal do Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) acaba de ultrapassar, neste fim de semana em que comemoramos a liberdade, os 20.000 documentos académicos e científicos referenciados. É mais um marco, que revela que o RCAAP continua a crescer significativamente, com a dinâmica criada nas instituições, apesar de não se ter realizado um esforço significativo para a sua promoção e divulgação desde a sua apresentação na 3ª Conferência Open Access, em Dezembro de 2008.

Em cerca de quatro meses o RCAAP passou de pouco mais de 13.000 documentos de 12 instituições, para mais de 20.000 de 14 repositórios. Confesso que, tendo em conta as circunstâncias, este resultado supera um pouco as minhas expectativas.

Por outro lado, ele dá-me esperança que o crescimento do RCAAP vá ganhar ainda maior expressão nos próximos meses. É que, contrariamente ao que se passou nos primeiros dois meses da segunda fase do projecto (que se irá estender até ao final de 2009) em que foi realizado muito trabalho fundamental, mas de "bastidores", a partir de Maio o RCAAP irá ganhar nova dinâmica e visibilidade.

De facto, de Fevereiro a Abril trabalhamos sobretudo na infra-estrutura dos serviços do projecto, na elaboração de documentos estruturantes (condições de funcionamento e de serviço, etc.), na tradução da nova versão das Directrizes DRIVER (cuja revisão estou a tentar concluir hoje), na realização de alguns desenvolvimentos (técnicos) e na preparação de alguns materiais e acções de promoção e formação, na selecção de novas instituições (quatro) que estão a criar os seus repositórios no Serviço de Alojamento de Repositórios Institucionais, mas nenhum deste trabalho se reflectiu ainda na disseminação e atracção do portal RCAAP.

Apenas a partir da segunda quinzena de Maio todo este trabalho terá resultados visívieis, com novos repositórios a entrarem em produção, com uma vasta campanha , e novas ferramentas, de divulgação, promoção e comunicação em torno o projecto e do portal RCAAP, com a integração do RCAAP com outros sistemas de informação... E lá mais para o final do ano, para além de outras actividades de integração com outros sistemas e de promoção e sensibilização para o Acesso Livre e os repositórios, teremos a 4ª Conferência Open Access e uma nova versão do portal RCAAP.

Por tudo isto, estou confiante que 2009 vai ser um ano de grande crescimento e consolidação do RCAAP, e da sua afirmação como uma ferramenta importante do sistema de informação científica nacional.

Mantenham-se atentos...


quarta-feira, 22 de abril de 2009

Ponto de encontro para a comunidade dos repositórios


Na sequência do International Repositories Workshop realizado em Amsterdam em Março, e em que tive oportunidade de participar, como aqui dei conta, foi recentemente divulgada uma ferramenta que considero de grande importância e qualidade, para a comunidade que trabalha com repositórios de informação científica e acesso livre à literatura científica.

Trata-se do International Repositories Infrastructure Wiki. O Wiki contém os planos de acção nas quatro áreas identificadas como prioritárias no Workshop, ou seja

- Citation services - para facilitar o acesso e uso de dados de citações dos artigos OA;

- 'Repository handshake' - para facilitar a troca de informação (nomeadamente documentos depositados) entre repositórios;

- Interoperable identification infrastructure - para abordar a questão da identificação não ambígua de entidades (autores, instituições, etc.);

- International Repositories Organisation - para a criação de uma organização (confederação?) de repositórios, a cargo do projecto DRIVER.

Mas, na minha opinião, o grande valor acrescentado deste Wiki é a colecção de Briefing materials, documentos e recursos (Websites, etc.) de referência, elaborada e reunida pela Alma Swan e que já serveriam de preparação do Workshop. A colecção selecciona o que de mais relevante existe nos seguintes temas:
É mais uma verdadeira "pérola" que ficamos a dever a Alma Swan.

Recomendo vivamente a utilização deste Wiki. E, para quem quiser contribuir na edição do Wiki, basta registar-se.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Férias de Páscoa



O cibertecário vai de férias. Regresso após o dia 12. Boa Páscoa!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

O RepositóriUM já está no Twitter



Depois de alguns dias de preparação e afinação (nomeadamente do RSS feed) lançamos e divulgamos hoje a conta do RepositóriUM no Twitter. Esta será mais uma ferramenta para ampliarmos a visibilidade da produção científica da Universidade do Minho. O @repositoriUM irá divulgar os novos documentos que vão ficando disponíveis no RepositóriUM, bem como outras informações sobre o funcionamento do repositório institucional da Universidade do Minho.

Tentei lançar uma discussão sobre a utilização do Twitter em repositórios na lista de repositórios britânicos. Aparentemente só a Universidade do Southampton já o usava desde Junho de 2008 (@eprintsecs), e portanto não há ainda muita experiência e resultados para analisar. Mas talvez o tema se torne mais popular: pelo menos já chegou ao blog do Peter Suber Open Access News: Twitter channels for OA repositories.

O balanço das primeiras horas do Twitter do RepositóriUM é positivo (38 followers), mas ainda é muito cedo para se tirar qualquer conclusão.

Este é apenas o primeiro passo que estamos a dar, nos Serviços de Documentação da UM, no sentido de incorporar as ferramentas 2.0 no contacto com os nossos utentes e nos serviços que disponibilizamos. Mais novidades virão, provavelmente no início do próximo ano lectivo...

sábado, 28 de março de 2009

Caminhada e duplo aniversário do Cibertecário

Este blog assinala hoje o seu primeiro (e o segundo, como explico em baixo) aniversário. Espero que seja o primeiro de muitos.

Também hoje decorreu a caminhada de bloguistas BAD&LIS, organizada pelo rato de biblioteca, Pedro Príncipe. Não fomos muitos, mas fomos bons!

Para assinalar estes acontecimentos, registo aqui uma versão escrita, reconstruída de memória e abreviada, do "post" que proferi (sem texto escrito) na caminhada. Deixo também algumas fotos de um belo dia de sábado, pelas serras de Arouca.






O grupo de caminheiros com Drave ao fundo

Os blogs: antes de mais uma atitude pessoal

O Pedro Príncipe sugeriu-me como tema do meu post “Blogs: antes de mais uma atitude pessoal”. Mas antes de falar sobre esse assunto, gostaria de assinalar aqui que esta caminhada, por feliz coincidência (que aqui não é palavra completamente adequada), assinala um duplo aniversário. O Cibertecário 0.2 faz hoje, 28 de Março, um ano, e amanhã, 29 de Março, fará dois. Expliquemo-nos!

O blog completa hoje um ano de existência, 56 posts depois da Declaração da Cibéria, emitida em 28 de Março de 2008. Mas a decisão de o criar foi tomada numa já célebre sessão no 9º Congresso da BAD nos Açores, em 29 de Março de 2007.

Assim, é com muita satisfação que partilho este dia de aniversário e esta caminhada com alguns dos que contribuíram para a minha decisão de criar o blog , e que são seus leitores. Neste dia e nesta serrania, a Web 2.0 encontra a realidade telúrica!

Quanto à atitude pessoal por detrás do Cibertecário, desejo fazer apenas um breve comentário. Julgo que a minha decisão de criar o blog se pode resumir em duas palavras: reflexão e comunhão.

Em primeiro lugar, a criação do Cibertecário 0.2 foi o instrumento para me obrigar não só a reflectir sobre os assuntos profissionais com que me confronto, ou sobre os eventos em que participo, mas sobretudo a dar-lhe a forma do registo escrito. Esse registo escrito é útil quer para ajudar a organizar as ideias, quer (descubro-o com frequência) para referência futura.

Em segundo lugar, a criação do blog inscreve-se, no meu percurso pessoal, na continuidade de várias outras experiências e atitudes de comunhão e partilha das minhas vivências, gostos e opiniões. Como o meu trajecto profissional me tem proporcionado o contacto com pessoas de excelência, do ponto de vista pessoal e/ou profissional, e a participação em inúmeras organizações e eventos nacionais e internacionais, sinto ser meu dever partilhar, com os meus colegas de profissão, o enriquecimento que essas experiências me ofereceram.

Acresce que sendo o Cibertecário 0.2 especializado na temática do Acesso Livre ao Conhecimento esta dimensão de comunhão e partilha é simultaneamente um imperativo ético e uma orientação estratégica de “proselitismo”, ou de “evangelização”, como a tenho designado.

Para terminar, confesso que estou um pouco surpreendido por ter (quase) cumprido a promessa de um post mensal (só faltou Setembro) e pelo número de posts produzidos (56). Mas ainda mais surpreendido, por ter evoluído do blogging em 2008, para o micro-blogging do Twitter em 2009. Mas isso será tema para outro post e outra caminhada…

Covêlo de Paivó

Primeiro post entre Covêlo de Paivó e Drave

A caminho de Regoufe

Regoufe

Outra vista de Regoufe

Poucos, mas bons!

Novos posts, em Drave

Vista parcial de Drave

P.S. - O Fernando Vilarinho já disponibilizou entretanto mais fotos no Fickr

P.S.2 - O Pedro Príncipe colocou no seu canal do Youtube um vídeo com o meu "post", e eu o post de adrian&pandora, Gaspar Matos, lido pelo Pedro Príncipe. Ambos estão aqui inseridos.






quarta-feira, 25 de março de 2009

10º Congresso da BAD vai ser em Guimarães


Foi ontem anunciado que o 10º Congresso Nacional de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas vai decorrer nos dias 7, 8 e 9 de Abril de 2010, no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães.

A realização do Congresso BAD em Guimarães é algo que me dá muita satisfação, e alguma preocupação (uma vez que fui convidado e aceitei integrar a Comissão Organizadora) pelo trabalho que implicará. Mas estou certo que tudo correrá bem, numa cidade e num Centro Cultural que reúnem boas condições para receber este evento.

Ainda não há informação sobre os calendários para a apresentação de trabalhos, inscrições e outros aspectos práticos, mas estão desde já todos convidados para visitar a bela cidade que me adoptou na primavera de 2010!

sábado, 21 de março de 2009

2ª Caminhada de bloguistas BAD&LIS


28 de Março de 2009 - Um dia de caminhada entre aldeias mágicas e rios de ouro, com posts e comentários qb

Programa
“Um dia de caminhada entre aldeias mágicas e rios de ouro, com posts e comentários qb”


Local de encontro: Arouca, Câmara Municipal


09h30 – em frente à Câmara Municipal de Arouca
10h00 – Saída de Arouca (Arouca - Covelo Paivó)
10h30 – Início da caminhada

1ª etapa »» Covêlo de Paivó »» Regoufe [4 km]

(...) avistando o Rio Paivó:
1º post – Blogs: antes de mais uma atitude pessoal
por Eloy Rodrigues [cibertecário 0.2] e Gaspar Matos [adrian&pandora]
12h30 – Almoço em Regoufe 2ª etapa »» Regoufe »» Drave [4 km]
(...) avistando a aldeia mágica
2º post – Blogs... como exercício profissional
por Lino Oliveira [web 2.0 pt], Pedro Penteado [notas soltas] e Nuno Marçal [o papalagui]
16h00 – Lanche em Drave 3ª etapa »» Drave »» Regoufe [4 km]
(...) avistando montes agrestes
3º post – Blogs... o ponto de partida da biblioteca 2.0
por Luísa Alvim [viva biblioteca viva] e Fernando Vilarinho [bibliotecas em portugal]
19h00 – Regresso

Para mais informações e "inscrições" contactar o organizador da iniciativa, Pedro Príncipe do blogue Rato de Biblioteca.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Mandato de Open Access para todo o MIT


A notícia chegou-me, via Twitter, ontem às onze da noite. Ainda não estava confirmada, e não era ainda conhecida pelos "pais" e "gurus" (Stevan Harnad e Peter Suber) do Open Access que contactei imediatamente. Não tendo recebido confirmação ontem à noite, hoje de manhã procurei avidamente no meu correio, e lá estava a mensagem a confirmar a notícia: o corpo docente do MIT tinha votado por unanimidade uma política de Open Access que requer o depósito de todas as publicações no momento da sua publicação.

O texto da notícia ainda não está acessível no site do MIT, mas o texto da Press Release pode ser lido aqui e aqui.

Esta é uma excelente notícia, que me faz acreditar que talvez já tenhamos ultrapassado o ponto de viragem. Depois das "batalhas" ganhas desde o início de 2008 (mandato NIH, recomendações da EUA, mandatos de Harvard - presentemente 3 e mais 1 em discussão-, projecto piloto da União Europeia mandatando OA a cerca de 20% do FP7, mandatos de várias universidades europeias), o simbolismo desta "vitória" (o primeiro mandato de uma universidade no seu conjunto - os de Harvad têm sido parciais - a ser aprovado por voto dos seus membros), poderá assinalar que a "guerra" do acesso livre à literatura científica poderá já estar ganha.

Mas certamente existirão ainda muitas pequenas "batalhas" para travar, antes que nos possamos dedicar ao que realmente interessa: promover as formas mais ricas, eficientes e criativas de utilizar o vasto volume de informação científica que produzimos para o avanço da ciência e o progresso da humanidade!

Para já ficam os nossos parabéns e o nosso agradecimento aos docentes e investigadores do MIT

terça-feira, 17 de março de 2009

Apresentação de candidaturas ao Serviço de Alojamento de Repositórios Institucionais


Encontra-se aberto, até ao próximo dia 27 de Março, o período de apresentação de manifestações de interesse e candidaturas para criação de repositórios institucionais no Serviço de Alojamento de Repositórios Institucionais (SARI) do Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP).

Informação mais detalhada está disponível aqui.

segunda-feira, 16 de março de 2009

International Repositories Workshop


Estou em Amsterdão, a participar no International Repositories Workshop, uma iniciativa conjunta da SURF, do JISC e do projecto DRIVER.

Como é indicado no subtítulo do Workshop (An international agenda for action on repositories infrastructure), o objectivo é promover o progresso e estabelecimento de redes de repositórios e de uma infraestrutura internacional de repositórios. Tentarei dar conta aqui das principais conclusões desta iniciativa num futuro post. Para já ficam apenas umas breves notas sobre este primeiro dia.

Em primeiro lugar, uma observação sobre o grupo de pessoas que aqui se reuniu: 110 pessoas da Europa, Estados Unidos, Japão, Índia e Austrália (continuam a faltar pessoas da América do Sul e de África). Mas mais do que pelo número, o grupo impressiona pela relevância. Norbert Lossau não estaria a exagerar muito quando afirmou, no início dos trabalhos, que aqui estavam reunidos mais de 80% dos "líderes" das iniciativas relacionadas com repositórios.

Após a sessão inicial, o workshop continuou em 4 sessões e grupos paralelos: Organizational Structures, Repository Citation Services, Repository Handshake e Identification Infrastructure. Eu participei no grupo sobre as questões organizativas, que em duas sessões de cerca de horas foi debatendo os objectivos, o âmbito e o tipo de organização que é útil e possível, para promover a colaboração e a coordenação no domínio dos repositórios de Open Access à escala global.

Ao longo da discussão, foi várias vezes questionada a necessidade e viabilidade de uma organização, ou a opção de criar uma nova organização vs a utilização de organizações já existentes. Esta vozes mais cépticas vieram sobretudo de pessoas com ligação menos directa aos repositórios "no terreno" (ligadas a fornecedores de serviços ou investigação sobre repositórios e preservação). Este cepticismo ou oposição foi para mim um pouco surpreendente, mas algumas das questões colocadas foram relevantes e merecem reflexão.

Finalmente uma última nota: cerca de 20% dos participantes do Workshop estão a twittar sobre ele (hashtag #repinf09), tendo produzido várias centenas de Twitts durante o dia (repinfo09 foi um dos temas mais populares do Twitter durante a manhã). A partir dos Twitts produzidos durante o dia é possível ficar com uma ideia bastante aproximada das discussões que aqui ocorreram.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Fazer caminho caminhando (mas com dinheiro para o percurso)


Acabo de ler o artigo de Derek Law, no último número da Ariadne, intitulado "An Awfully Big Adventure: Strathclyde’s Digital Library Plan", em que descreve como e porquê a Universidade de Strathclyde decidiu dar prioridade aos conteúdos e serviços electrónicos em vez de a um novo edifício.

Derek Law é um dos bibliotecários universitários mais conhecidos e reconhecidos a nível mundial, apesar de trabalhar numa universidade que não é certamente das mais famosas. Já tive o prazer de me cruzar com ele uma meia dúzia de vezes em diversos eventos, e tivemos o privilégio de contar com a sua participação na 1ª Conferência Open Access, realizada na Universidade do Minho em 2005. A sua apresentação de então está disponível aqui.

Considero que o artigo é interessante para todos os que, por obrigação da função que desempenham ou simplemente por gosto, estão envolvidos no planeamento de bibliotecas ou reflectem sobre o futuro das bibliotecas e as estratégias adequadas para o enfrentar. Não porque ele contenha algo de verdadeiramente novo, do ponto de vista das ideias e dos conceitos (como o Derek Law reconhece), nem porque a solução definida para Strathclyde deve ser automaticamente aplicada noutros contextos. Ele é interessante porque revela a capacidade de colocar novas questões e sobretudo de passar à prática e arriscar percorrer os novos caminhos, à escala de uma universidade (e não apenas de pequenas secções, serviços ou projectos).

Esta capacidade para abrir o caminho caminhando, ou navegar "por mares nunca dantes navegados" exige dois requisitos que parecem não faltar na Universidade de Strathclyde:
  • visão estratégica, nomeadamente da direcção da biblioteca, para perceber que para além de se mudarem os tempos e as vontades, o mundo "[...] não se muda já como soía";
  • recursos financeiros para poder concretizar a mudança (e a Universidade de Strathclyde parece disposta a investir 3,3 milhões de libras, ou seja quase 4 milhões de euros, neste projecto).

Por cá, estou convencido que em várias bibliotecas universitárias (entre as quais, e sem falsas modéstias, coloco as da Universidade do Minho) existirá alguma visão estratégica e coragem para mudar. Mas com o "garrote" financeiro imposto pelo Ministério da Ciência da Tecnologia e do Ensino Superior às univesidades nos últimos quatro anos (e também com a falta de compreensão da importância estratégica das bibliotecas e recursos informativos para o desempenho das instituições, por parte de algumas lideranças universitárias), é muito difícil ousar e conseguir inovar!

Melhores dias virão (espero eu)...

sábado, 28 de fevereiro de 2009

GRL 2020 Asia: Balanço


Depois de terminada a minha participação no terceiro Workshop Global Research Libraries 2020, que decorreu em Taipei, sob o tema “"Creating a Research Library that preserves the past, present and curates the future", registo aqui umas breves notas de balanço, para memória e referência futura. Todas as apresentações estão disponíveis na secção Agenda & Presentations do Website.
  1. Apesar de contar com menos participantes do que a realizada em Tirrenia em 2008, a GRL2020 Asia produziu sessões mais “livres” (e eventualmente até um pouco caóticas) do que a anterior. Isso obviamente tem aspectos positivos (permite maior espontaneidade e interactividade), mas também negativos (dificulta a focalização das discussões e a identificação de conclusões e recomendações).
  2. A discussão final, sobre a “missão”, objectivos, tarefas e actividades futuras da GRL2020 apontou para conclusões que contrariam um pouco o que tinha ficado definido no ano passado. A opinião maioritária (com a qual me identifico), é que não existem condições para que a GRL2020 seja mais do que um “think tank”, que reúna anualmente 40 a 50 pessoas com actividades de “vanguarda” na área da informação de ciência e tecnologia, para trocarem informações e opiniões sobre o que se passa na área, e produzirem conclusões e recomendações que possam influenciar os decisores políticos nas diferentes regiões e os profissionais que desenvolvem a sua actividade em diferentes contextos. No final deste workshop em Taipei, recomendou-se a elaboração de um documento de referência sobre o desenvolvimento de bibliotecas e repositórios de informação científica.
  3. O Workshop tornou ainda mais claro, pelo menos para mim, que existe um desenvolvimento muito desigual nos diferentes continentes. O “retrato” com que fiquei foi de uma Europa e Oceânia (Austrália) com experiências já consolidadas e com iniciativas relevantes no domínio da federação, agregação e interoperabilidade entre repositórios, de uma Ásia onde o Japão se destaca de um conjunto de países (como a China) ainda a dar passos tímidos no domínio dos repositórios, e de uma América do Norte com experiências e serviços muito avançados, mas sem iniciativas federadoras ou de coordenação, o que torna a sua situação mais “atrasada” e complexa. A América do Sul e África estiveram ausentes (facto para o qual chamei a atenção e que espero garantir que não se repita no próximo GRL2020).
  4. Para além de muitos outros pontos de interesse, e do simples facto de poder contactar com o grupo de pessoas que ali se reuniu, o que para mim foi mais relevante foi a oportunidade de ficar a conhecer a situação (e alguns dos principais protagonistas) dos repositórios na Ásia, e em particular os colegas japoneses (que me referiram no primeiro dia que continuavam a seguir o trabalho da Universidade do Minho) e o seu relevante trabalho em torno do NII Institutional Repositories Program e da Digital Repositories Federation, com resultados como o portal JAIRO ou o projecto ROAT (sobre o qual provavelmente escreverei aqui no futuro).
  5. Finalmente a GRL2020, foi a primeira conferência/workshop que Twittei em directo (#grl2020), mas não será certamente a última…

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Global Research Libraries 2020 Asia


A Global Research Libraries 2020 Asia já se iniciou, desta vez com menos participantes que no ano passado: somos cerca de 35 pessoas. Realizando-se em Taipei, é natural que estejam presentes mais pessoas da Ásia e Austrália (Taiwan, Japão, Índia e Austrália representam cerca de metade dos participantes), do que da Europa e dos Estados Unidos.

Vou fazer uma brevissíma apresentação do trabalho que temos vindo a desenvolver no RepositóriUM e RCAAP e tentar participar activamente nas discussões e trocas de informações durante as sessões, e também fora delas, que são provavelmente a parte mais interessante destas reuniões.

Vou tentar fazer um post no final, com algumas notas de síntese, mas irei dando conta do que se aqui se passa através do meu Twitter.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

E Viva Espanha!

Depois do meu post no ano passado E Viva Madrid, E Viva Espanha, é com grande alegria e excitação que divulgo a informação, que acabo de receber. O anteprojecto da nova lei espanhola da ciência (Ley de la Ciencia y la Tecnología) contém um artigo sobre o OA, requerendo o arquivo em repositórios das publicações que resultem de projectos com financiamento público, e a sua disponibilização em Acesso Livre com um período de embargo que não poderá ser superior a 6 meses!

O texto do anteprojecto está disponível aqui.

São notícias excelentes e animadoras, e que me dão uma alegria particular por pensar que as mais de uma dezena de palestras e apresentações "evangelizadoras" que realizei em 2007 e 2008 (sobretudo na Comunidad Madrid e na Catalunha) para universitários e políticos, poderão ter dado um pequeníssimo contributo para este resultado.

Mas, por outro lado, são notícias que aumentam a minha impaciência quanto aos mandatos de Open Access em Portugal. Espero que em 2009, estes bons ventos de Open Access, que sopram forte de Espanha, cheguem também a Portugal e dissipem as nuvens de inércia e temor infundado que ainda turvam muitas mentes...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Novo Website da Biblioteca Raul Brandão



A notícia parece já ter um mês, mas só hoje soube, através Newsletter electrónica da Câmara de Guimarães, que a Biblioteca Municipal Raúl Brandão tem um novo Website (www.bmrb.pt). Já fiz uma rápida consulta e navegação pelo site, e parece-me que ele constitui um avanço na presença da biblioteca pública do município de Guimarães na Internet, oferecendo novas funcionalidades como a renovação de empréstimos ou as novidades bibliográficas.


Fico muito satisfeito por esta iniciativa da biblioteca da cidade que me acolheu (recordo aliás que participei na inauguração da actual biblioteca, em Março de 1992, ou seja dois meses depois de ter começado a trabalhar em Guimarães), e envio os parabéns à equipa da Biblioteca Raúl Brandão.


Mas simultaneamente espero que ele constitua apenas um primeiro passo, de outros que se seguirão, para reforçar e melhorar a presença e os serviços da Biblioteca Municipal Raúl Brandão no ciberespaço. Com a Capital Europeia da Cultura em 2012, os desafios e as oportunidades serão certamente muitos.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Old habits die hard - A propósito dos Cadernos BAD

Recebi no final da passada semana o último número dos Cadernos BAD (Número 2/2007), mas só hoje pude dispor de algum tempo para consultar o índice e ler alguns dos artigos.


Com uma história de mais de 40 anos, os Cadernos BAD são uma publicação ímpar no domínio da biblioteconomia, arquivísitica e ciências da informação em Portugal.


Por outro lado, sendo editados pela associação profissional do sector, a BAD, valorizo também os Cadernos por constituirem um veículo de construção e afirmação de identidade profissional.


Dito isto, ao percorrer o índice deste último número (que contém um interessante artigo de José Afonso Furtado sobre o mito da biblioteca universal) reforcei a opinião que vim amadurecendo nos últimos anos (ainda no tempo em que participei no Conselho Directivo Nacional da BAD, e em que os Cadernos se publicavam sem grandes atrasos): o actual modelo e formato dos Cadernos já não se adequa às possibilidades, necessidades e expectativas actuais.

De facto, este número dos Cadernos inclui pelo menos dois artigos que se encontram completamente ultrapassados e "anacrónicos" no momento em que são publicados.

O artigo Repositórios de Acesso Aberto em Portugal: Situação presente, alguns resultados e perspectivas futuras de Paula Sequeiros, retrata a situação existente em Portugal no final de 2007 (data da recolha dos dados). Acontece que em 2008, quer por iniciativa própria das instituições quer como consequência do projecto RCAAP, o panorama dos repositórios em Portugal alterou-se profundamente.

O artigo Da Realização de Despesas Públicas à aplicabilidade do Decreto-Lei nº 197/99, de 8 de Junho às Bibliotecas do Ensino Superior Politécnico: O estudo do caso da Biblioteca do ISCAP de José Manuel Pereira, refere-se à aplicação de uma legislação que entretanto foi revogada pelo Decreto-Lei 18/2008.

Não está em causa o esforço dos autores e a qualidade dos artigos (o primeiro foi uma investigação realizada de acordo com as regras, e o segundo confesso que não li). O que está em causa é facto de, por causa da dependência exclusiva do actual "modelo", com a reunião de um número de artigos suficiente para a distribuição impressa, e os atrasos que ele provoca, alguns dos artigos arriscarem ser "objectos arqueológicos" quando chegam ao conhecimento dos seus potenciais leitores, perdendo toda a actualidade e muito do interesse.

Julgo que já é tempo da BAD pensar em editar/distribuir os Cadernos (também) em formato digital (em Acesso Livre, na minha opinião) e permitindo o comentário dos artigos e o seu debate com as múltiplas ferramentas da Web 2.0.

Será um serviço que prestará aos profissionais portugueses, mas também à própria Associação e aos Cadernos BAD.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Os direitos de autor a favor da criatividade ou contra ela?

A Intellectual Property Watch publicou uma extensa entrevista com James Boyle, professor de direito, fundador do Center for the Study of the Public Domain at Duke Law School, e membro da Science Commons. Jams Boyle é também autor de um novo livro, intitulado The Public Domain: Enclosing the Commons of the Mind (disponível em thepublicdomain.org ou aqui como PDF – Já fiz o download do livro que se juntou à minha - cada vez mais longa - lista de coisas para ler). Tive oportunidade de ouvir no ano passado uma excelente Keynote Presentation de James Boyle no Workshop da Science Commons em Barcelona, como referi aqui.

A entrevista foca-se no tema do livro, ou seja a relação entre o domínio público o copyright/ direitos de autor, bem como as consequências do crescimento das limitações associadas à expansão do copyright para a criação de conhecimento e a inovação. A tese central é que não é exclusivamente através da protecção da propriedade intelectual que se encoraja a inovação e a criatividade e se salvaguarda o interesse dos criadores, mas pelo mistura e pelo balanceamento entre a propriedade intelectual e o domínio público.

Por isso, é muito importante que o equilíbrio se estabeleça no ponto adequado, que se perceba onde deve ser colocada a “fronteira”, até onde são necessários os direitos e limitações, e a partir de onde esses direitos e limitações devem parar.

Boyle argumenta, muito justamente, que esse balanceamento deve ser realizado com base em estudos sérios e evidências empíricas, e não apenas em evidência anedótica, afirmações não sustentadas, “senso comum” não testado, ou numa “fé” ideológica sem demonstração – a crença dogmática que o aumento dos direitos automaticamente produz mais inovação e criatividade. O que, como ele sublinha, é errado uma vez que a propriedade intelectual, a nova obra protegida, necessita e baseia-se em trabalhos e materiais anteriores.

Assim, sempre que se protege o trabalho de um criador (output) está-se potencialmente a aumentar os custos do input do trabalho de um outro inovador/criador no futuro (ou no limite a impedir que ele possa usar esse output para produzir novas criações e inovações).

Mais uma vez, será importante definir (através do estudo e da comparação entre várias soluções) o ponto de equilíbrio entre, por um lado, a legítima necessidade de proteger e estimular os criadores de hoje, e, por outro, a indispensabilidade de garantir o acesso aos produtos da criatividade em condições que não dificultem, mas pelo contrário estimulem, a criatividade e a inovação amanhã.

Mas o facto é que, como refere, nos últimos 20 ou 30 anos o copyright/direitos de autor tem-se expandido constantemente (com o consequente prejuízo do domínio público) a nível internacional (WIPO=OMPI) e nacional (EUA e também União Europeia), quase sempre sem qualquer estudo sobre as consequências desse alargamento, sem medir os seus custos e benefícios. Foi o que se passou, por exemplo, com a lamentável Directiva Europeia sobre bases de dados, ou com o alargamento (para 70 anos depois da morte no caso europeu) do período de protecção do copyright/direitos autor (a este propósito, pergunta-se: como pode o alargamento do período de protecção de direitos de autor/copyright estimular a criatividade de autores mortos?).

Como James Boyle recorda, no sentido original do copyright, na tradição jurídica americana que se inicia com Jefferson, ele visa defender, estimular e promover a criatividade e os autores de trabalhos criativos, através de uma espécie de monopólio concedido pelo Estado. Ora esse monopólio foi desde a origem definido como limitado e temporário. O “expansionismo” do copyright nas últimas décadas (baseado na fé dogmática atrás referida), quer no âmbito da protecção e limitações, quer na sua duração, representou de facto o alargamento de monopólios, de uma forma muito menos controlada e verificada que em qualquer outro domínio social e económico.

E isso, longe de representar um mecanismo eficiente para promover o progresso e a criatividade, já se transformou em muitas áreas num entrave ao livre desenvolvimento da ciência e da cultura. Ou seja, a actual configuração e aplicação do copyright/direitos de autor, transformou-se numa barreira à criatividade e inovação, precisamente no oposto do que deveria ser.

Recomendo a leitura desta interessante entrevista (e suponho que o livro valerá também a pena), onde fiquei a saber duas coisas que desconhecia, e que demonstram a tese do James Boyle, de que a propriedade intelectual não é a única forma de promover a inovação e a criatividade:
  1. A IBM, que é empresa do mundo que detém mais patentes, gera mais receitas com os produtos e serviços que comercializa baseados no sistema Open Source Linux, do que com todas as patentes que possui;
  2. O álbum MP3 que vendeu mais em 2008 foi o Ghosts de Nine Inch Nails, que gerou muito dinheiro para Trent Reznor. E esse álbum estava completamente disponível para cópia nos termos de uma licença Creative Commons de uso não comercial.

 
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