quinta-feira, 18 de junho de 2009

10º Congresso da BAD - Mais informação e um apelo!


Esta semana para além do logotipo e a imagem do 10º Congresso Nacional, que decorrerá em Guimarães, em Abril de 2010, a BAD divulgou, através da informação nº 5, os subtemas do Congresso.

Dentro do tema geral "Políticas de informação na sociedade em rede", foram definidos cinco subtemas: “Informação e Sociedade:
  • "Identidade, Cidadania, Coesão Económica e Social”
  • “Políticas e Enquadramento Legal: Interesse Público, Direitos Individuais”
  • "Infraestruturas: Integração, Desenvolvimento, Coordenação"
  • "Conteúdos: Gestão, Acessibilidade, Utilização" “Competências: Literacia da Informação, Formação de Especialistas"

Muito brevemente serão divulgados os textos de apresentação e chamada de trabalhos para os subtemas (terminei ontem, com atraso, o meu contributo para a redacção de um deles), e espero que durante o Verão se estabeleçam novos mecanismos e ferramentas de comunicação entre a BAD e os profissionais de informação portugueses em torno do 10º Congresso.

Mecanismos e ferramentas que divulguem e dinamizem o debate e a comunicação antes do congresso, que difundam os trabalhos do congresso durante a sua realização para além dos muros onde ele decorre, e que contribuam para manter vivo o que lá se passar, depois da sua conclusão.


E como membro da Comissão Científica (que vai reunir este sábado) apelo aos leitores deste blog para apresentarem ideias e sugestões (e também para manifestar a sua disponibilidade para colaborar) sobre esta matéria: como podemos dinamizar o 10º Congresso junto de todos os profissionais portugueses (e para além destes, os colegas dos países lusófonos)? Como fazer do Congreso número 10, o primeiro congresso 2.0?

Espero os vossos comentários, a este post!


P.S. - Entretanto, uma "cimeira" twitteriana entre o rato de biblioteca (que teve a iniciativa) e o cibertecário 0.2, decidiu propor a hashtag #10BAD para se twittar sobre o congresso.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Um OÁSIS para o Acesso Livre


Foi hoje apresentado oficialmente, durante a 13th International Conference on Electronic Publishing (ELPUB2009) em Milão, aquele que na minha opinião é o melhor recurso (no sentido de ser a primeira escolha) sobre o Open Access.



Trata-se do Open Access Scholarly Information Sourcebook (OASIS), cujos mentores são dois dos mais importantes activistas do movimento de Acesso Livre à literatura científica: Alma Swan e Leslie Chan.


O objectivo do OASIS é constutuir uma fonte de informação de referência e autoridade sobre o conceito, princípios, vantagens e meios para atingir o Open Access, realçando os desenvolvimentos e iniciativas que ocorrem em todo o mundo e fornecendo ligações para recursos adicionais.

Como referem os seus criadores, o OASIS pretende também contribuir para construir uma comunidade em torno do Open Access e, por isso, os utilizadores são encorajados a descarregar e partilhar os recursos que o site fornece, modificá-los e costumizá-los para uso local.

Recomendo portanto a todos os leitores deste blog que matem a sua sede de informação e conhecimentos, teóricos e práticos, sobre o Open Access neste verdadeiro OASIS.

Foi também divulgado um vídeo de apresentação do OASIS que aqui incluo:




quarta-feira, 10 de junho de 2009

Novo estudo sobre as vantagens económicas do Open Access















Desta vez foi na Holanda! A SURFfoundation acaba de anunciar o estudo "
Costs and Benefits of Research Communication: The Dutch Situation", que confirma as vantagens do Open Access (OA), que em português designamos Acesso Livre à literatura científica.

Trata-se de um follow-up do estudo australiano "Research Communication Costs, Emerging Opportunities and Benefits" e do estudo sobre o Reino Unido patrocionado pelo JISC "Economic Implications of Alternative Scholarly Publishing Models" (de que demos conta aqui, aquando da sua publicação em Janeiro). Tal como os anteriores, este estudo foi dirigido pelo Professor John Houghton do Centre of Strategic Economic Studies Victoria University, desta vez com a colaboração de Jos de Jonge e Marcia van Oploo da EIM Business & Policy Research na Holanda.

Foram novamente comparados 3 modelos: o modelo "tradicional" de assinatura/pagamento para acesso; a publicação em revistas Open Access (a designada via dourada); o auto-arquivo em repositórios OA (a designada via verde).


Ainda só tive oportunidade de ler o resumo, e olhar para os gráficos e tabelas do relatório completo, mas é claro que este estudo confirma as conclusões do realizado para o Reino Unido: apesar de existirem variações na dimensão da vantagem, seja qual for o modelo usado, e o âmbito da sua aplicação (à escala mundial, ou nacional) o acesso livre à literatura científica (Open Access) permite poupar recursos e tem vantagens económicas face ao modelo actual de assinatura (ou outra forma de pagamento no momento do consumo).


Os autores calcularam que em 2007 na Holanda o custo de cada artigo publicado no modelo actual foi de 17.046€ e que ele poderia ser de 15.857€ com publicação em OA ou 15.331€ com o auto-arquivo em OA (incluindo serviços de publicação e margens comerciais). Se à redução de custos para as instituições (universidades e outras) que simultaneamente produzem e consomem literatura científica, somarmos as potenciais vantagens, para o sector de investigação, mas também para as empresas privadas e a economia em geral, do acesso a essa literatura por quem dela possa necessitar, as vantagens do Open Access são indesmentíveis.

Em Janeiro de 2009, no final do meu post sobre o estudo do JISC escrevi:

"As conclusões do estudo reforçam a demonstração de que o Open Access não é uma questão "ideológica" ou de "má-vontade" contra o negócio privado da publicação científica (existirão certamente novas oportunidades de negócio no ambiente de Open Access). É uma exigência de racionalidade e eficiência no funcionamento de um componente central do sistema científico.

Defender a manutenção do modelo de publicação tradicional (em nome da defesa das empresas que dominam este mercado e do emprego das pessoas que nelas trabalham) faz hoje tanto sentido como defender a manutenção dos níveis de consumo de combustíveis dos veículos produzidos nos EUA, em nome da salvação dessa indústria, quando toda a racionalidade económica (e ambiental) aponta para a conveniência da sua redução.

O problema é que, até agora, tal como a indústria automóvel dos EUA, também a indústria da publicação cientifica (seguramente com muito lobying, como já reportamos aqui) tem conseguido adiar e atrasar a adopção das soluções que são há muito possíveis e desejáveis."


A diferença hoje é que a indústria automóvel americana já foi obrigada a começar a mudar (ainda que de forma lenta e limitada) e começar a produzir carros menos consumidores e menos poluentes, enquanto o sistema de comunicação científica continua agarrado aos velhos paradigmas.

E a culpa não é apenas daqueles (editoras comerciais) que estão interessados no actual status quo. A responsabilidade é cada vez mais da inércia e/ou falta de lucidez e visão daqueles (investigadores, universidades, organismos financiadores da ciência) que são os primeiros interessados na mudança do modelo actual.

 
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